sábado, 20 de março de 2010

O Duo Poente que, dado o sucesso, se tornou no Musical Poente e a homenagem póstuma, ímpar, ao músico e cantor Edinho

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LEGENDA - (José) Maschke e Edinho (Edson Leopoldo Lopes Rodrigues) que formavam o Duo Poente, em abril de 1987, em apresentação no Bar Terasse Itália, que ficava ao lado do Conjunto Comercial Canoas. Eram as duas primeiras fotos da dupla, publicadas no semnaário Jornal Radar, que registravam o novo dueto musical. (Fotos de Xico Júnior).
LEGENDA - Ainda a dupla Zé Maschke e Edinho, que formaram o Duo Poente, em inesquecíveis apresentações no Bar Terasse Itália, pontificado pelo Rico. (Foto de Xico Júnior).

Na segunda metade dos anos oitenta surgia uma dupla que tocava basicamente música nativista (não confundir com a gauchesca tradicional), que fazia muito sucesso junto a um público que se tornou fiel. Era o Duo Poente, formado por Edinho (Edson Leopoldo Lopes Rodrigues), no violão e (José) Maschke nos arranjos e ritmo. O sucesso começou com suas apresentações no Bar Terrasse Itália, à época comandado pelo Rico e tendo como garçon o simpático Benito, e que se localizava na Rua 15 de Janeiro, ao lado do Conjunto Comercial Canoas, e que pontificava a noite canoense, enquanto que o repertório contava com sucessos como: "Guri", "Canto Alegretense", "Chamamé" e "Não Podemo Se Entregá Pros Home", entre outras. Nessa fase inicial ambos os integrantes do Duo Poente, usavam costumeiramente nas apresentações, chapéus, bombachas e botas, no melhor estilo nativista e das tradições do Rio Grande do Sul. Jornalisticamente descoberto por Xico Júnior, que faz as duas primeiras fotos do Duo Poente, ainda no Terrasse Itália, à época trabalhando para o Jornal Radar, assim tiveram a primeira divulgação na imprensa.

Nesse meio tempo foram se apresentando em diferentes locais e festas, como no Salão Parqoquial da Igreja São Luís, de Canoas; no Salão de Atos do Centro Educacional La Salle, à Rua Muck; na Sociedade Canoense de Caça, Pesca e Tiro; no CTG Brasão do Rio Grande do Sul, no Canoas Country Club (hoje extinto), na Feira do Livro de Canoas e na Assembléia Legislativa do RS, e em cidades como Santa Maria; Carlos Barbosa como atração musical na festa de escolha da Rainha da Felatte, em 1987; Praia de Mariluz, onde se apresentava na casa noturna Funil; Esteio, onde tocavam na Casa Branca em 1989; no Zamzibar em Sapucaia do Sul e São Leopoldo, onde se apresentava semanalmente no Manara Bar, conforme registro da Gazeta de La Stampa, Nº 14, de março/abril de 1992 e artigo publicado na edição Nº 6, de julho de 1991, e aqui fac similado na íntegra.

Inidicado e agenciado pelo jornalista e cronista social Xico Júnior, que ao lado da jornalista Maria do Carmo Bueno (então apresentadora do Jornal do Almoço, na RBS/TV), foi apresentador, o Duo Poente se apresentou na festa de eleição da Rainha da Felatte - Feira Leite e do Queijo, no dia 04 de julho de 1987, no ginásio da Tramontina, em Carlos Barbosa-RS, com pleno sucesso e perante um público de cerca de três mil pessoas. O evento chamava-se, inicialmente, de Festa do Leite, depois Felatte e atualmente Festiqueijo.

A fama foi crescendo e a necessidade de atender a um público de gosto musical mais variado, que freqüentava os bares na noite, fez com que o Duo Poente passasse a ser um trio, com a inclusão do ritmista Muskito e logo mais um novo integrante passava a fazer parte, formando um quarteto, que poderia ser chamado ou batizado de "Quarteto Poente", mas acabou mesmo sendo Musical Poente, até porque o repertório deixou de ser exclusivamente de músicas nativistas. E aí o repertório se inovou com músicas do inesquecível Raul Seixas (Maluco Beleza), Raimundo Fagner (Borbulhas de Amor e Coração Alado),a música "Ronda", composta por Paulo Vanzolini, em 1953 e gravada primeiramente por Inezita Barroso e depois com magnífica interpretação de Maria Bethânia; "Sintonia" interpretada por Moraes Moreira; Zé Geraldo (Cidadão), Almôndegas ou Kleiton & Kledir com "Vento Negro", Vira, Virou" e diversas do "rei" Roberto Carlos, faziam grande sucesso junto ao público com predominância jovem. Assim, passaram, inclusive, a animar festas e até bailes, como a Festa dos Destaque que eu promovia no Canoas Tênis Clube e a festa de posse da primeira diretoria da AVECOS - Associação dos Veículos e Empresas de Comunicação Social de Canoas, cuja conteceu no dia 30 de junho de 1992, no Canoas Tênis Clube, com a execução do Hino Riograndense e do Hino de Canoas.


 LEGENDA - O Musical Poente, já com quatro integrantes: Muskito (bateria), Edinho (violão e vocal), Zé Maschke (vocal, ritmo e arranjos) e Vanderley (contrabaixo) comemorando um dos aniversário do grupo musical na sede da ASMC - Associação dos Servidores Municipais de Canoas, à rua Brasil, em Canoas, com apresentação do jornalista Xico Júnior. (Foto também de Xico Júnior).

A partir daí, o desencontro de interesses, entre Edinho e Zé Maschke resultou na saída de Zé Mashke e assim o Duo Poente, que já era um quarteto, continuou e foi transformado em Musical Poente, passando a contar definitivamente com quatro integrantes: Edinho (diretor), Muskito, Kuko e Bicudo, pois Zé Maschke acabava por se retirar do grupo.

O Musical Poente se apresentava, semanalmente, em concorridos bares de freqüência jovem em Sapucaia do Sul (no Zamibar), Esteio (no Casa Branca) e São Leopoldo (manara Bar) e, nas temporadas de verão no Funil, na Praia de Mariluz, com casas sempre lotadas e o público, que era fiel, o acompanhava em todos os lugares. Para um grupo musical que nunca gravou, não se apresentava em programas de televisão e não tinha espaço na grande mídia, era algo simplesmente inédito e surpreendente. Além da primeira divulgação da existência do Duo Poente ser publicada no Jornal Radar pelo cronista social Xico Júnior, em 1987, a Gazeta de La Stampa tembém ressaltou o sucesso que o Duo Poente fazia, passando, assim, a Musical Poente. Outros jornais locais, depois, também divulgaram algumas matérias, assim como a TVE, que gravou um programa, tendo como cenário o então 2º Distrito de Santa Rita, atual município de Nova Santa Rita.

Quando Edson Leopoldo Lopes Rodrigues, o Edinho, faleceu aos 30 anos de idade, em conseqüência de um aneurisma cerebral fulminante, o enterro, realizado no Cemitério São Vicente, contou, além dos familiares, com colegas músicos, admiradores e fãs, que puxados pelo violão do amigo e cantor Tião, se despediram entoando "Vento Negro", a música da sua predileção (vídeo logo abaixo). Foi, com a melhor certeza, o momento mais emocionante e comovente à última despedida ao cantor, amigo e companheiro Edson Leopolodo Lopes Rodrigues, o Edinho. E foi com o desencarnar de Edinho que o Musical Poente também acabou suas atividades, pois era a simpatia e o carisma do Edson Leopoldo Lopes Rodrigues, que mantinha o grupo ativo e vivo.

Uma semana após, os colegas, amigos e fãs superlotaram o Casa Nostra, na Rua Much, para uma homenagem especial póstuma ao cantor Edinho. O seu carisma e a amizade que tributava a todos fez com que todos os colegas músicos, tanto do Musical Poente como de outros grupos, se apresentassem tocando ou cantando, porém não conseguindo esconder a emoção e a saudade. Mas dizem que "saudade é o bem-querer que fica". Enquanto coube ao cronista social, jornalista e diretor da Gazeta de La Stampa, Xico Júnior, fazer a homenagem em tom de oratória. Foi uma noite de muitas lágrimas, muita emoção e sentimento, fato jamais ocorrido e presenciado em Canoas no âmbito musical.

LEGENDA - A nova formação do Musical Poente, com Kuko, Muskito, Edinho e Bicudo.
LEGENDA - O Musical Poente já com cinco componentes: Negrinho no baixo, Muskito na bateria, Kuko no contra-abaixo e gaita de boca, Edinho na guitarra e vocal, e Tião também no vocal, ocasião realizada na noite de 30 de junho de 1992, festa de posse da primeira diretoria da AVECOS - Associação dos Veículos e Empresas de Comunicação Social de Canoas, que teve como primeiro presidente o jornalista Francisco Antonio Pagot (Xico Júnior).
LEGENDA - O cantor nativista Délcio Tavares e Edinho, líder do Musical Poente, num encontro raro, registrado pela lente da Yashica do jornalista Xico Júnior e publicada na Gazeta de La Stampa Nº 15, de abril/maio de 1992.

LEGENDA - O casal Geovânia e Edson Leopoldo Lopes Rodrigues (o Edinho), numa festa da Gazeta de La Stampa no Canoas Tênis Clube, nos anos 90.
 LEGENDA - O casal Edson Leopoldo Lopes Rodrigues (o Edinho), com a esposa Geovânia, na festa em homenagem aos 25 anos do cronista social e jornalista Xico Júnior, realizada no Canoas Tênis Clube, em junho de 1991.

LEGENDA - Reportagem publicada na edição Nº 6, de julho de 1991,da Gazeta de La Stampa.
LEGENDA - "Fac simile" da homenagem póstuma publicada pela Gazeta de La Stampa ao diretor, músico e cantor Edson Leopoldo Lopes Rodrigues, o Edinho, por ocasião do seu falecimento, no dia 17 de março de 1993, com texto do jornalista Xico Júnior.

Edson Leopoldo Lopes Rodrigues (Edinho) * 1963 /// + 17/03/1993E


A Saudade é um sentimento de Bem-Querer que Fica


"MUSICAL POENTE" - Interpretação da primeira parte: Zé Maschhe e Edinho, na segunda a Banda Sol.

"Vento Negro" - Interpretação dos amigos Laco e Tião (Homenagem ao Edinho).


Antoninho Maciel: reconhecido como um dos melhores violonistas do Estado


Antoninho Maciel, um dos mais reconhecidos violonistas do Estado, no início da sua carreira profissional.

Antoninho Maciel, assinalado pela seta, numa das ocasiões em que acompanhou a inesquecível "Pimentinha" gaúcha, Elis Regina.

Aqui Antoninho Maciel recebendo um LP (Long Play, vinil) do cantor, também gaúcho, Nelson Gonçalves, após apresentação de um show do afinadíssimo "Rei da Voz".

Antoninho Maciel, que sempre se mostrou solícito, aqui numa apresenta de um grupo de samba de Canoas em exibição no Cssgapa, em Canoas-RS.

Antoninho Maciel, que por longos anos morou em Canoas, no Bairro Niterói, tornou-se consagrado como violonista e cavaquinista, professor e representante da Ordem dos Músicos do Rio Grande do Sul, em Canoas e Porto Alegre, e foi, sem sombra de dúvidas, um dos maiores expoentes do violão e do cavaquinho no Rio Grande do Sul, nos anos 50 e 60.

Fez parte do "Clube do Choro de Porto Alegre", que em 2008 completou 20 anos, além de ter sido reconhecido, através do espetáculo musical "Choros, Sambas e Bossas", que homenageou, além do próprio Antoninho Maciel, craques da música (mpb), como Lupicínio Rodrigues, Túlio Piva, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Tom Jobim, Cartola, Chico Buarque, entre outros.

Antoninho Maciel liderou, nos anos 50, o Regional da Rádio Farroupilha, que era formado por dois violões, Zico e Japonês, e pandeiro de Tatão e o cavaquinho do próprio Antoninho Maciel. Esse Regional, que fazia parte do elenco de contratados da Rádio Farroupilha, na fase em que pertenceu aos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, acompanhou a apresentação de inúmeros artistas de renome nacional da época, como Nelson Gonçalves, Elizaeth Cardoso, Emilinha Borba, Linda e Dircinha Batista, entre tantos mais.

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Monte Carlo: Um conjunto musical canoense que surgiu em 1959

Entre os tantos conjuntos que foram surgindo em Canoas, que a transformou em verdadeiro depósito de provisões de grupos musicais, cantores e artistas de teatro e televisão, como ainda veremos neste blog. O resgate é o própósito essencial deste blog específico sobre a arte musical e interpretativa.
LEGENDA - Sentados: Cláudio Alves (acordionista), José Carlos Lindemburg, o Escovão (baterista, diretor e fundador do Monte Carlo)) e Clóvis Carriconde (pianista). Em pé: Álbio Simador (contra-baixista), Paulo Deodoro (guitarrista) e Luiz Antônio (ritmista). 

 O Conjunto Monte Carlo foi criado por José Carlos Lindemburg, o ritmista Escovão, ainda em 1959, quando em Canoas, como de resto no Rio Grande do Sul, virava moda as "soirèes dançantes" e os bailes, que iniciavam, inveriavelmente às 22 ou 23 horas, e quando os jovens adolescentes se apresentavam devidadamente trajados com terno e gravata e sapatos hiper lustrosos. Outros, para um menor esforço, usavam sapatos de verniz, que mantinha o brilho pro mais tempo e sem a necessidade de muito capricho do usuário, e até virou moda nos diamantinos anos.
Nessa fase de belas e gratas revelações de novos valores para a música e para o disco, com instrumentistas de excelência musical, o Conjunto Monte Carlo gravou seu também único LP (Long Pley, em vinil) em 1962, pelo selo Copacaban, no Rio de Janeiro. Com o título "Ouça, Dance .. Peça Bis", o disco, produzido por Nazareno de Brito com  foto de capa de Mafra, tinha a seguionte formação: José Carlos Lindemburg (o Escovão, diretor e bateria), Clóvis Carriconde (piano), Cláudio Alves (acordeon), Paulo Deodoro (guitarra), Álbio Simador (contra-baixo) e Luiz Antônio (ritmo).

O encerramento das atividades do Conjunto Monte Carlo, fundado e dirigido pelo ritmista Escovão, se deu em 1960, quando em fusão com o OF & Seu Melódico, este fundado e dirigido por Paulo Osni Finger, surgiou o Show Musical Caravelle que, em termos musicais e de preferência e sucesso, foi a melhor escolha que poderia ter acontecido, pois nos anos 60 e 70, foi considerado, por diversos anos, "o melhor conjunto musical do Estado".

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Tony Geraldo, Clóvis Candal e Ruy Andrade: três canoenses que tentaram o sucesso nacional



Canoas, especialmente nos anos 60 e 70, foi um verdadeiro celeiro de excelentes músicos e grupos musicais. Inclusive teve representantes que buscaram o sucesso nas carreiras como cantores e como atrizes. No primeiro caso os destaques ficam com os cantores Tony Geraldo e Clóvis Candal, que iniciaram a carreira, propriamente dita, como "crooners" do Show Musical Caravelle, esse o grande nome na música das duas décadas no Estado.

O primeiro a investir na gravação de um disco, CS - Compact Simples, foi Tony Geraldo, pelo selo Chantecler, em 1969, tendo na face "A" a faixa "Vou Tomar Conta de Mim", e na face "B" "E Por Isso Vou Embora", disco que tem apresentação do radialista Marne Barcelos, então da Rádio Itaí, de Porto Alegre. Tecnicamente o disco tem direção artística de Braz Baccarin e como técnico de som, Alberto Calçada. A foto de capa é de Oswaldo Micheloni, enquanto que os arranjos e a regência foram de Poly.


O cantor Clóvis Candal gravou seu CS - Compact Simples (vinil) pelo selo ISAEC / América, com sede em Porto Alegre, em 1979. Do lado "A" a música "Viva, Glória, Amor" composição de autoria de Moacir Franco, e do lado "B" a canção "Perdão Por Amor", composição de Genival Lacerda e Clóvis Candal. No Rio de Janeiro Cóvis Candal gravou mais CD Simples (vinil) , como está ilustrado neste blog, inclusive participando de um CD digital "Cantores do Rádio - Vol. 2" com 28 músicas e da Gravadora EMI, Série Bis, lançado em 2003, onde dividiu espaço com renomados cantores da época, como Cauby Peixoto, Linda Batista, João Dias, Jorge Veiga, Agnaldo Rayol, Isaura Garcia, Dalva de Oliveira, Sílvio Caldas, Luciene Franco, Dolores Duran e Roberto Luna, comparecendo, no Lado "A", com a música Confissão e no Lado "B" com Roberta (da canção original italiana gravada por Peppino Di Carpi).
Em 1962, Clóvis Candal grava um compacto (vinil) com a música "Confissão", no ano seguinmte, 1963, comparece no mercado discográfico com a "Machinha da Pipoca" e em 1964, grava novo CD (vinil) com a canção italiana "Roberta". Da mesma forma, porém, que Tony Geraldo, não teve sorte e não decolou para o sucesso da forma almejada. E seu início de carreira foi também como "crooner" do Show Musical Caravelle, grupo musical originário de Canoas e que se tornou o expoente nos três estados do Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Depois de ter deixado o Rio Grande do Sul, Clóvis Candal foi para o Rio onde, em 1962, assinou contrato com a Gravadora Copacaba e, com o acompanhamento da Orquestra de Hector Lagna Fietta, lançou o calipso "Coração Biruta" e o bolero "Palhaço", ambos composições de Eleu Salvador. No mesmo ano gravou o bolero "Confissão"
CD (digital) lançado pela Gravadora EMI, Série Bis, em 2003, onde Clóvis Candal comparece com  duas canções: "Confissão" e "Roberta".

DICOGRAFIA - 6 CD (Compact Disc, de vinil)
1962 - Confissão e Sem Querer - Selo Copacabana
1963 - Marcha da Pipoca e Chegou a Hora - Selo Copacabana
1963 - O Pecador e Quem Depois de Mim - Selo Copacanana
1963 - Hora Final e Desde Aquela Noite - Selo Copacabana
1964 - Roberta e Sem Ti - Selo Copacabana
1979 - Viva, Glória, Amor (de Moacir Franco) e Perdão Por Amor, (de Genivaldo Lacerda e Clóvis Candal), gravado pelo selo ISAEC/América. 
2003 - É lançado o CD (digital) "Cantores do Rádio - Vol. 2" - Série Bis, com 28 músicas, Candal interpretando: "Confissão" e "Roberta". Além dessas participações em CD (digital), Clóvis Candal tem músicas inseridas na série "O Amor Está No Ar" - Coletânea: Vol. 6 com "Sem Querer"; Vol. 8 com "Confissão"; Vol. 9 com "Quem Depois de Mim"; Vol. 10 com "Palhaço" e no Vol. 11 com "Desde Aquela Noite".

Ruy Andrade: legenda vocal de Canoas
O cantor Ruy Andrade, cuja carreira iniciou nos anos 60, tendo, inclusive, participado do conjunto Cláudio E Seus Goldfingers e do LP (Long Play, em vinil), gravado no ano de 1967, pelo selo Chantecler, tornou-se advogado, mas jamais deixou de cantar. Hoje, sempre que convidado ou contratado, segue sua carreira solo e, na maioria das vezes, acompanhado pelo filho BJ (Caio Luminatti Andrade).
Neste CD (digital), titulado "Ruy Andrade e BJ - Pai, Filho e Espírito de Porco", como se poderá constatar, gravaram inesquecíveis sucessos, com o predomínio das românticas músicas italianas, estilo que combina com perfeição à voz do ex-crooner Ruy Andrade, como: 1) Sol e Mar - 2) Fascinação - 3) Io Che Non Vivo Senza Te - 4) La Mia Storia Trale Dita - 5) La Barca - 6) Deusa da Minha Rua - 7) Sonho de Uma Noite de Verão - 8) Roberta - 9) Un Grande Amore e Niente Più - 10) Canto de Ossanha - 11) Dio Come Ti Amo - 12) Io Che Amo Solo Te - 13) Cose Della Vitta e 14) Fumo Nel Iochi.
Ruy Andrade, que também comemora "jubileu de ouro"como cantor, iniciou no Conjunto Apache, pontificado pelo excelente e saudoso guitarrista João Mello, Sheibel na guitarra base, Padilha ou Chupa-Cana no contrabaixo e bateria. Tempos depois Padilha saiu e entrou o ritmista e baterista Renato Tups ou Foguinho, enqauanto que Cláudio Alves era o tecladista. Nos instrumentos de sopro o pistonista Rochinha e o saxofonista Feijó.

Ruy Andrade, ao longo de sua carreira de "crooner" e cantor, que inicou no anos de 1960, portanto há meio-século de profissionalismo, passou pelos conjuntos Apache, Sayfers, depois denominado de Samuara. Passou, ainda, pelo Conjunto Diamantes, Cláudio e Seus Goldfingers, Primo Sete e Paulo Coelho. Fez diversos comerciais para a televisão e gravou o Hino do Grêmio, quando o hino teve a letra mudada para "sete anos de glória. A partir de 1973 tentou carreira em São Paulo, onde permaneceu até 1975, cantando, cantando na casa de samba "Vila".

Retornou para Canoas onde curso a faculdade de direito na Universidade Ritter dos Reis. Nesse meio tempo retornou para o Conjunto Pepe Show, quando em 1981 encerrou a carreira profissional como "cronner".
Quando o filho Bj completou 13 anos, e percebendo sua vocação musical o presenteou com um teclado e aos 16 anos de idade já acompanha o pai Ruy nas diversas apresentações, até que resolveui ram gravar um CD (digital), intitulado "Pai, Filho e Espírito de Porco".

Mais informações e fotos da carreira do cantor Ruy Andrade, Apache e Sayferes estaremos postando dentro em breve. Aguardem!  

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sexta-feira, 19 de março de 2010

Paulo Henrique: Um canoense que fez sucesso nacional com a música "Uma Lágrima"




Paulo Henrique, foi cantor e compositor de relativo sucesso nas décadas de 60 e 70, destacando-se, fundamentalmente, coma música "Uma Lágrima", que se tornou sucesso no Brasil inteiro. Apresentou-se nos mais diferentes e famosos programas da televisão da época, como Silvio Santos, Jovem Guarda, Chacrinha e na TV Piratini de Porto Alegre.

Entre as músicas que gravou um CS - Compacto Simples, em 1968, onde interpretou "O Calendário" (versão de Vanusa) e "Tanta Coisa", disco lançado pelo sela RCA Victor. No ano seguinte lançou  novo Compacto Simples, também pela RCA, com as músicas: Lado A - "Flor, Paz e Amor" e no lado B, "Uma Lágrima", essa que estourou no Brasil inteiro.

Em 1978 já lançou o CD - Compacto Duplo, pelo selo Chantecler, contendo do lado "A", "Uma Lágrima" e "Te Chamo Para Despedir-me", e no lado "B", "Cara de Cigana" e "Tema de Márcio" (Oração de São Francisco). Três anos depois, em 1981, novo CS - Compact Simples com as músicas: "O Palhaço" e "Cansado de Tanto Chorar".

Paulo Henrique morava com sua mãe, na rua Rio Grande do Sul, no Bairro Mathias Velho, em Canoas, Rio Grande do Sul. Depois, ao atingir o sucesso já no final da década de 60, sua mãe foi com ele para São Paulo, vindo a falecer já nos anos 70. E, conforme declarações da jornalista Edna Thereza, do radialista Jota Pedroso e de Milton do site TV Piratini Canal 5 RS - Memórias, Paulo Henrique faleceu de câncer em 1988, em Porto Alegre, na rua Epitácio Pessoa, onde viveu seus últimos anos de vida. Quando Paulo Henrique se apresentava no Programa "Sílvio Santos", este o anunciava e dizia "O Anjo Triste", provavelmente pelo seu olhar um tanto lânguido

Assim fica aqui  esta colaboração e o resgate dos valores canoense pela importante contribuição à música popular brasileira. As informações foram obtidas através do site do radialista Jota Pedroso e de pesquisas juntos a outros sites na internet.
Vídeo com PAULO HENRIQUE interpretando "UMA LÁGRIMA": seu maior sucesso.


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quarta-feira, 17 de março de 2010

Sayfers e Apache: Canoas foi celeiro de excelentes músicos e grupos musicais do RS.

LEGENDA - Harvey Azambuja fundador do Conjunto The Sayferes, um dos melhores e mais requisitados pelos clubes na época. A foto, pouco nítida, foi extraída, e ampliada, da Turma da 2ª Série Ginasial do Externato São Luiz (hoje Colégio La Salle), em 1958.

Pois, nesse mesmo tempo dos anos diamantinos Canoas passava a ser uma espécie de celeiro de excelentes músicos e grupos musicais para o Rio Grande do Sul. Ainda mais se comparada a população de Canoas naquela década com a de Porto Alegre, por exemplo.



"Apache" e "Cláudio e Os Goldfingers"

E assim surgiram o Conjunto Apache, fundado nos anos sessenta pelo excelente guitarrista João Mello, que faleceu há poucos anos em Santa Catarina, onde estava residindo, e que foi o primeiro a se apresentar com sua "guitarra havaiana" (o pioneiro a introduzir tal instrumento entre os grupos musicais gaúchos) e com a qual imitava "locutor de futebol", "choro de criança" e outras mais. Lamentável não termos conseguido resgatar maiores informações sobre o Conjunto Apache, o próprio João Mello, o baterista Renato André (Foguinho) Tups (também ex-colega de colégio no Externato São Luiz) e demais músicos. Com o fim do Apache, o pianista e acordeonista Cláudio Alves de Souza, cria o grupo Cláudio e Os Goldfingers, que em 1967, a convite da gravadora Chantecler, grava um LP (Long Play em vinil). Cláudio Alves de Souza iniciou na gravadora Chantecler como organista-arranjador do Trio Montecarlo, com o qual realizou a gravação de quatro LPs. O disco (LP vinil) de Cláudio e Os Goldfingers, contém a seguinte seleção musical - Lado 1: Acorda, Maria Bonira - O Homem Verde (composição de Cláudio A. de Souza) - Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rollings Stones - Ciao Amore, Ciao - Não Crie Caso (composição de Renato André Tups) - Sem Ti (de Cláudio A. de Souza). Lado 2: Falso Amor (de Cláudio A. de Souza) - Cuore Matto - There´s A King Of Hush - Something Stupid - Goldfinger e Meu Grito.

Conforme relatos do baterista Renato André Tups, o primeiro conjunto musical a se apresentar com show de "luz negra" foi o Apache, em 1964, durante apresentação na primeira sede social (ainda de madeira) do extinto Grêmio Esportivo Niterói, de Canoas. O projeto foi uma criação do Leopoldino Mattos, ou "velho" Mattos como muitos o chamavam, que também havia instalado o Cinema Central, este o primeiro de Canoas. E para dar o efeito da "luz negra", o cantor Ruy Andrade pintou as unhas, assim como a bateria de Renato Tups, a guitarra e o contrabaixo, tudo com tinta fosforescente para conseguir o inédito, surpreendente e espetacular efeito. O impacto das luzes comoveu o público que lotava o salão "velho" do "Clube Grená". Pois, a invenção da geringonça do "velho" Mattos acabou se tornando uma coqueluche tanto entre os conjuntos, como tempos depois, pelos clubes com a introdução da "luz estraboscópica", cuja tinha o mesmo efeito, porém nas roupas, jóias, bijouterias, relógios e até nos olhos dos dançarinos.

Outro feito que marcou a trajetória do Conjunto Apache foi animar o primeiro baile "Noite no Hawaii", que passou a ser promovido pelo Cssgapa - Cassino dos Sargentos e Sub-Oficiais da Aeronáutica, que funciona ainda hoje junto à Base Aérea de Canoas, evento que se tornou uma coqueluche nos anos 60 e 70, quando a diretoria do Cassino colocava, gratuitamente, à disposição dos associados e simpatizantes ônibus "papa-fila" do centro de Canoas até o Cssgapa. Mais um evento social que registrou recorde de público, e teve animação do Conjunto Apache, e se tornou num marcante acontecimento, em 1964, foi o baile em homenagem à Ieda Maria Vargas, que havia conquistado o cetro, a faixa e coroa de Miss Universo 1963, realizado no ginásio do Cssgapa, que funcionava também como salão social, com palco, pista de dança e mesaninos em formato de "U". O Conjunto Apache, sem dúvidas, um dos mais bem conceituados e requisitados do Estado, tocava no estilo - uma espécie de carbono - do grupo norte-americano  "The Venture", cujos discos, ainda em vinil, eram trazidos dos Estados Unidos, assim que lançados, por um amigo do diretor e guitarrista do Apache, João Mello, enquanto sua característica musical era a música "The House Of The Rising Sun" (A Casa do Sol Nascente), interpretada pelo crooner Ruy Andrade.

Nem mesmo uma foto, por enquanto, foi possível, apesar de todos os esforços e pesquisas feitas ... mas não encerradas. Tanto que o baterista Foguinho, ainda em plena atividade e morando em Canoas, me assegurou passar muitas informações e fotos, além de ter-me lembrado que o Sayfers, tempos depois trocou o nome para Conjunto Samuara.

1967 - Sai o LP (em vinil) de Cláudio e Os Goldfingers, pelo selo Chantecler, grupo que substituiu o Conjunto Apache. Na foto a composição do grupo: o pianista, organista, acordionista e arranjador Cláudio Alves de Souza, o guitarra-solista Darney Lampert, o contrabaixista Clóvis Freire, o baterista Renato André Tups e o guitarrista e crooner Ruy Anderson Andrade.

Este LP "Cláudio e os Goldfinger", em sites de vendas de raridades, está cotado (abril/2010) em nada menos do que 361 Euros.

Nasce novo grupo: Conjunto Sayfers

Pouco tempo depois surgia o Conjunto Sayfers (nada a haver com alguma palavra em inglês, apenas a junção de letras dos nomes do componentes), iniciativa e direção de Harvey Azambuja, que foi meu colega no curso primário e no ginasial do então Externato São Luiz (hoje Colégio La Salle), além de companheiro de peladas e de radiofonia. Esclareço: Íamos, meus irmãos e eu à casa dos Azambuja, na Rua Monte Castelo (saíamos a pé da rua Frederico Guilherme Ludwig, do outro lado da cidade) para as tais peladas. Num belo dia o Harvey, o mais velho de dois filhos, estava implantando um rádio-galena, composto de vários circuítos e bobina de antena, que era ligada a uma cerca de arame farpado, o que possibilitava a sintonia de alguns canais. Assim, instalamos a "nossa rádio". Era o tempo em que a Rádio Farroupilha, que foi criada em 1935, com prefixo PRH-2 e potência, única no Brasil, de 25 quilowatts, apresentava suas radionovelas ou novela radiofonizadas a partir das primeiras horas da tarde. Tinha a maior audiência em todo o Rio Grande do Sul, tanto pelo sucesso das radionovelas como pelo elenco de atores e atrizes e cantores e orquestra, todos contratados com exclusividade. Assim, conseguimos, por sorte, sobrepor a nossa improvisada rádio-galena, que tinha uma potência com alcance de cerca de um quilômetro em circunferência, à posição ocupada, no dial, pela Farroupilha. A grande audiência, naquele horário, era de mulheres que, enquanto cumpriam com os afazeres da casa, escutavam as novelas radiofonizadas, que tinha entre os galãs o saudoso Ernâni Behs. Cientes disso, e usando um microfone e um toca-disco portátil que acomplávamos à rádio e discos LPs (bolachões de vinil), o Harvey, impostando sua voz como se um locutor real, anunciava: "Pedimos desculpas às nossas ouvintes, pois por motivos de força maior deixaremos de apresentar o capítulo de hoje da novela "O Direito de Nascer" (1964), e assim passaremos a rodas músicas variadas".

As mulheres, todas, começaram a reclamar a coincidência de todos os dias a Rádio Farroupilha apresentar "problemas" exatamente no horário da novela. Na rua Monte Castelo e redondeza, era uma "grita" só. E essa reação foi se espalhando, acredito, até que alguém comunicou a polçícia sobre o fato de algo estranho estar antecendo apenas numa área de raio delimitado. E assim se passaram dias e dias e nós nos divertíamos, indo, inclusive, nas casa da proximidade para saber se realmente a "nossa rádio" estava ocupando as ondas da Rádio Farroupilha. Voltávamos para o "studio" (?), que funcionava na garagem, com uma alegria quase indígena para dar a notícia do nosso sucesso. E assim foram dias e dias, até que começou a circular boatos de que a polícia estava por localizar a tal de "rádio-galena". E aí acabamos com a rádio e, obviamente, a brincadeira que, convenhamos, não era de tão bom gosto assim. Malvadeza no duro ... mas era muitíssimo divertido, pois trocávamos de locutores para que todos pudessem sentir uma certa euforia na prática do engodo, da sacanagem, sem falsa modéstia, muito bem bolada.

Na época esse tipo de atitude era considerada crime. Por isso que hoje já dá prá contar, porque a sacanagem, que era ilegal, conforme o Código Penal, "o crime já prescreveu".

Depois dessa, o Harvey Azambuja surpreende com a criação do Conjunto Sayfers, que fez bela carreira, grande sucesso e foi bem aceito pela sociedade gaúcha, pois passaram a animar bailes em muitas cidades do Rio Grande do Sul. De repente, assim como surgiu, o The Sayfers desapareceu como por encanto. A primeira formação do The Sayfers contava com: Homero na bateria, Shibel como guitarrista, Edison Lick Rocha no contra-abixo, Jazão como guitarra-base, Cabral, já falecido, como pistonista, Edilon Azambuja, hoje comerciante de jóias no Gonden Center / Canoas, no saxofone e a direção de Harvey Azambuja, que anos depois se formou Promotor de Justiça. O Sayfers acabou se transformando, depois no Conjunto Samuara e do fim do Sayfers surgiou, também, Cláudio e Os Goldsfingers.  

Nesse mesmo período, também pontificado e dirigido por um músico militar alistado na Aeronáutica, surge o Conjunto Diamante, formado, como era habitual e conveniente à época, com dois instrumentos de sopro: pistão e sax. O "Diamante" não teve a mesma projeção dos co-irmãos, mas fez parte também do rol dos melhores conjuntos do Estado. Com isso, pode-se constatar que a partir dos anos 60, ou os anos diamantinos, Canoas contribuiu sobremaneira com a música de qualidade e, obviamente, com o maior brilho dos eventos e das festas-bailes de Canoas e do Rio Grande do Sul. Podemos afirmar, sem medo de cair no exagero, que Canoas foi o primeiro ou segundo celeiro de excelentes músicos profissionais do Estado, considerando-se a capital Porto Alegre, e, por conseqüência, na formação de conjuntos musicais.
Um dos primeiros integrantes do Sayferes foi o cantor, ou à época chamado de "cronner", Ruy Andade que inicoui no Apache, então apenas um trio vocal: Ruy Andrade (vocal), o fundador e guitarrista João Mello e Padilha no contra-baixo e depois Sheibel na guitarra base.

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sexta-feira, 12 de março de 2010

Anos diamantinos e setentinos: os metais eram indispensáveis

LEGENDA - Pirandello no saxofone e Nolar Darci Azambuja com seu trompete, ou pistão como era mais conhecido pelos leigos em música.

Nas décadas de sessenta ou diamantina e na de setenta, ou setentina, era raro se ver algum conjunto musical sem dois ou três instrumentos de sopro, também conhecidos como aerofone da família dos metais, instrumentos de bocal, em geral fabricados de metal. Assim, os conjuntos tinha, no mínimo um saxofone e este variava de sax alto, baixo, saxofone contrabaixo. No caso do sax era tocado pelo Pirandello, enquanto o trompete, também conhecido por pistão (por metonímia) era executado por Nolar Darci Azambuja, que era quem, geralmente, tocava o tema de abertura e encerramento das festas, com "El Presidente".

Entre os trompetistas mundialmente célebres estão Herb Alpert, que depois criou a famosíssima orquestra Herb Alpert e Tijuana Brass, de grandes e inesquecíveis sucessos nos anos diamantinos e setentinos, e Louis Amstrong, esse uma lenda internacional do jazz, que se consagrou interpretando "What a Wonderful World".

Os metais ou instrumentos de sopro, como saxofone e trompete (pistão) davam - e sempre darão - um toque de melodioso refinamento e musicalidade às canções, assim como o próprio violino e o violoncelo (contrabaixo), ainda que pareça dissonante para alguns. Obviamente, que tudo isso tem a haver com o ritmo e o estilo da canção. Não se poderá querer metais no que chamam de música, tipo: funk, pagode e outras denominações que vão dando a novos ritmo (?), cuja qualidade, tanto no aspecto musical quanto poético - esses ritmos tem poesia? - , não merecem a perda de tempo a menor referência e nem mesmo uma análise.

Tal afirmação fica embasada nas múltiplas regravações que são feitas desde valsas, guarânias, boleros, tangos, cha-chá-chás, mambos, rumbas, rock´n roll, baladas, apenas com uma roupagem nova, ou seja, com arranjos diferentes, mais ritmados.

*** Prá matar saudades "El Presidente" com Herb Alpert & Tijuana Brass. http://dro.pn/V5Qn 


quinta-feira, 4 de março de 2010

Caravelle: Festas de destaque em clubes sociais de Canoas
Show Musical Caravelle animando um dos Baile de Deburantes do Canoas Tênis Clube. No centro, dançando, o hoje médico Rui Carlos Medina e à direita o jornalista e cronista social Xico Júnior.
Debutante falando em nome das colegas em festa que teve animação do Show Musical Caravelle. Na foto vê-se: ..., Nolar Darci Azambuja, Pirandello, Costinha, Paulo Osni Finger, ..., "crooner" Paulo Roberto Santos Netto, ... e Costinha.
Show Musical Caravelle em uma das festas-baile no Canoas Tênis Clube, nos anos 70.
 Glênio Lopes (bateria) e Edison Linck Rocha (guitarra)  

Anos dourados e diamantinos: todos os clubes, exceto o Grêmio Esportivo Niterói e o velho Clube de Bolão Gaúcho, então na Av. Victor Barreto, funcionavam em salões de festas improvisados. A Sociedade Canoense de Casça, Pesca e Tiro na parte fronteira, onde hoje existem salas locadas, enquanto que o salão social, anos depois, foi construído na parte posterior, sendo, atualmente, o mais amplo e de melhores condições. O Cssgapa tinha - e ainda tem - um salão de funcionava com dupla função: ginásio de esportes e salão de festas. E ali aconteceram os melhores e mais concorridos bailes de Carnaval e outros eventos, como o hiper esperado e concorrido Baile do Hawai, em que os freqüentadores iam, na sua maioria, fantasiados no melhor estilo havaiano, como, no caso das moças e mulheres, de sarongues e blusas multicoloridas, enquanto muitos rapazes usavam bermudas, camisas também hiper coloridas e colares havaianos. O Cssgapa, pelas suas dimensões e número de freqüentadores, eu batizei de "Municipalzinho", inspirado no badaladíssimo Baile Municipal do Rio. O Cssgapa, nos anos diamantinos e setentinos, foi palco das melhores e mais prestigiadas festas, como concurso de beleza: Miss Canoas, Miss Brotinho, Namorada de Canoas, Miss Objetiva, Garota do Ano, etc.

Em 1960, surgia o Canoas Tênis Clube, esse tido como o "clube da aristocracia", tanto que eu, como cronista social, passei a batizá-lo de "Aristocrático", nome que virou moda. O salão igualmente improvisado, como continua até hoje, passou a funcionar no que, pelo projeto inicial, seria local às canchas de bocha e bolão. Estreito e longo e com pé-direito aquém do habitual para um salão de festas. Alí aconteceram as melhores festas em termos de freqüência da chamada alta sociedade, como os "Baile do Verde-e-Branco", devido as cores do clube e que geralmente era realizado por ocasião do aniversário do clube; os jantares de casais organizados por casais comendadores da Ordem do Abacaxi:: nesses passou a haver uma concorrência para que cada edição superasse em qualidade, beleza, decoração e atrativos a edição anterior. E assim os melhores conjuntos do Estado lá se apresentavam, como o Show Musical Caravelle (esse com certeza era garantia de sucesso), Santa Paula, e tantos outros. O Canoas TC foi, também, o clube que melhores e mais prestigiados Bailes de Debutantes realiava, sempre animados por conjuntos de renome ou orquestras, todos com no mínimo três ou mais instrumentos de sopro (sax, pistão, etc).

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terça-feira, 2 de março de 2010

Nos tempos das "soirées dançantes" e da "cuba-libre"

Cantor Tony Geraldo, Vitor (o Trola), Paulo Motta, saxofonista Pirandello, gaita Cláudio Alves, no piano Carlos Clemers, baterista José Carlos Dillemburg (o Escovão) e no contra-baixo Paulo Osni Finger.
Placa: "Ao Show Musical Caravelle, o melhor de 66, homenagem do Clube Riograndense - Montenegro, 14/05/66".
Da esquerda para a direita: Catulo Flores (guitarra), Pirandello (sax), Nolar Darci Azambuja (trompete), Baldo, Paulo Osni Finger (violino) e Rubens Bloss (cantor e violinista), quando da apresentação do Show Musical Caravelle na TV Gaúcha - Canal 12 (hoje RBS TV), no Programa Bar 12.

Era o final dos anos dourados. Anos de tantos insucessos para o Brasil: Vice-campeão na Copa de 1950, realizada no Brasil, e eliminado da Copa do Mundo de 1954, na Suiça, ano em que o presidente da República, Getúlio Dornelles Vargas se suicidava no dia 24 de agosto. Na beleza Marta Rocha ficou com o 2º lugar, no Miss Universo, por "duas polegadas". Nas rádios AM e nas vitrolas ou eletrolas, rodavam LPs (bolações ou discos de vinil), geralmente com 12 músicas, ou mesmo CDs (capact disc simples, com uma música de cada lado) ou os CDs (compact disc duplos, com duas músicas de cada lado), com sucessos de Dalva de Oliveira, Dolores Duran, Maysa, Cauby Peixoto, Jorge Veiga, Miltinho, Agnaldo Rayol, Adoniran Barbosa, Altemar Dutra, Anísio silva, Francisco Carlos, Nelson Gonçalves, Cláudia Barroso, Nilton César, Moacir Franco, Joelma, Luciane Franco, entre outros mais.

Na berlinda musical despontavam os românticos cantantes italianos, como Sérgio Endrigo. Bobby Solo, Peppino Di Capri, Rita Pavone, Domenico Modugno, Carmelo Pagano, Luigi Tenco, Giani Morandi, Nico Fidenco, Jimmy Fontana, Edoardo Vianello, Nicola di Bari, Nada, Gino Paoli, Tony Renis e outros mais, que com suas românticas canções faziam os jovens deslizarem apaixonados pelos salões.

Veio a década diamantina, ou Anos 60, e com ela a Jovem Guarda. Ou melhor a Pré-Jovem Guarda pontificada pela Matriz do Rock Brasileiro, Celly Campello que, efetivamente foi quem lançou o novo e agitado ritmo no Brasil com suas conhecedíssimas canções, como: Estúpido Cupido, Banho de Lua, Broto Legal, Lacinhos Cor de Rosa,  Túnel do Amor, Trem do Amor e mais e mais sucessos. Celly, que também contava com o irmão Tony Campello, foi logo seguida por Carlos Gonzaga, Giane, Sérgio Murillo, Paulo Sérgio, Rosemary, Meire Pavão, Sônia Delfino, Nalva Aguiar, Ronnie Cord, Waldirene, Demétrius, George Freedman, Bubby, e muitos nomes mais que fizeram sucesso na época.

Logo depois, aproveitando o sucesso e o embalo do rock´n roll, que já rodava nas rádios AM na voz do "rei" do rock´n roll Élvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Pat Bonne, Brenda Lee, Litle Richard, Bill Haley & The Hits Comets, Cat Stevens, Frankie Avalon, e mais os grupos The Beatles, The Animals, The Mamas and The Papas, Rollings Stones, e mais e mais que acabaram invadindo o Brasil e marcando uma impagável, agitada e borbulhante  época.  

As festas aconteciam nos clubes sociais (hoje praticamente saudosos) ou em casas de família, em muitos casos, na garagem, onde a turma jovem ficava mais à vontade e a vigilância dos pais era, obviamente, menos insistente.
Na rua em que morava, a Frederico Guilherme Ludwig, então de duas ou três quadras apenas, entre as ruas Dr. Barcelos e Brasil, eram quase sempre na área dos fundos da casa da Dona Dora, esta ex-campeã de atletismo do Grêmio Esportivo Renner, de Porto Alegre e, por isso, grande apreciadora e incetivadora dos esportes. E era ela quem comandava a folia dançante da turma, rodando seus poucos discos de vinil na eletrola. Ou então íamos para a casa do José Costa, o "seu" Gauchinho" e a dona Maria, na rua Vasco da Gama, pais de uma turma de filhos: Alcebíades (o Bide, um malabarista e craque da bola), José Carlos (o Zefa), o Mariozinho (também muito habilidoso no jogo da bola), e das filhas: Jane e Vera (a Verinha). E lá a turma era ainda maior, pois reunia não só os da rua Frederico Guilherme Ludwig como da própria Vasco da Gama e as da redondeza.

Mas o quente mesmo eram as "soirées dançantes" que eram realizadas no salão social do antigo Clube de Bolão Gaúcho, então na Av. Victor Barreto, quase em frente à rua Araçá, como no improvisado salão, já que a sede estava inacabada, que funcionava também como boate ou discoteque nas reuniões dançantes promovidas pelo DEMO - Departamento da Moaciedade, da Sociedade Canoense de Caça, Pesca e Tiro, já na Rua Ipiranga. Havia també o Clube Cultural Canoense, já com sua sede na Rua Dr. Barcelos, mas nunca conseguiu o mesmo sucesso e a mesma afluência dos demais co-irnmãos, apesar das muitas e boas tentativas de eventos interessantes.

Para ambos os clubes afluia toda a juventude, pois quse nunca havia coincidências de promoções, o que possibilitava uma melhor e maior afluência de público. Anos depois, o Cssgapa - Cassino dos Sargentos e Sub-Oficiais da Guarnição Aérea de Porto Alegre (apesar de estar sediada em Canoas) - também abriu suas portas para o público não-militar. E lá também aconteceram grandes e inesquecíveis festas. Sem dúvida, as melhores no período mais festivo, mais fraterno, mais romântico e borbulhante da vida social de Canoas. Ao mesmo tempo surgia a possibilidade de se freqüentar o Grêmio Esportivo Niterói, então na Rua Marechal Rondon, no bairro Niterói. E acabou sendo esses dois clubes que mais passaram a atrair público em suas festas, tanto nos bailes, como nas festa de concursos de beleza, como Miss Canoas, Glamour-Girl, Namorada de Canoas, Rainha da Primavera, Miss Brotinho, Miss Objetiva, entre outros.

E em todos esses clubes, quando as soirées dançantes não eram animadas com som de vitrola e discos de vinil, como no velho Clube de Bolão Gaúcho, maquinado pelo saudoso Enio Francisco Almeida, eram contratados os melhores conjuntos do Estado na época, como o Show Musical Caravelle (este por diversas vezes eleito o melhor conjunto do estado), o Conjunto Sayfers, pontificado pelo Harvey Azambuja, que morava na rua Santa Maria, e pelo Conjunto Apache, liderado pelo seu criador e guitarrista João Mello. Todos esses conjuntos tiveram a iniciativa e a origem em Canoas e criados por músicos canoenses. Haviam, em rápida passagem, pois não permaneceram no mercado por muito tempo, os conjuntos formados somente por meninas, ou como se referiam à época, garotas e, casualmente, todas do Colégio Maria Auxiliadora, como As Ternurinhas e As Magalloo´s. E, claro, muitos outros vinham de fora de Canoas, como o Santa Paula, Os Boinas Azuis, Conjunto Melódico de Norberto Baldauf e outros mais. Assim como as orquestras "Cassino de Santa Cruz", "Orquestra Sevilla" e a "Orquestra de Salvador Campanella".

Catulo Flores executando "Se Todos Fosse Iguais a Você"



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