quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O Show Musical Caravelle foi o primeiro conjunto gaúcho a comprar ônibus


Pois, nos anos sessenta e setenta, devido os cachês não serem tão expressivos como são hoje, os conjuntos musicais eram contratados para muitos bailes e festas, porém não faturavam, proporcionalmente, como faturam muitos dos conjuntos, das duplas sertanejas, cantores e grupos musicais de hoje.


Porém, sem falso saudosismo, musicalmente havia uma superioridade, em termos de talento e qualidade musical, incomparável. Era raro um conjunto musical não contar, entre seus músicos, com um pianista, saxofonista, pistonista, saxofonista e contra-baixista, quando não raras vezes contavam com três a cinco instrumentos de sopro, além, obviamente do baterista, o ritmista e o "cronner" (cantor). Geralmente a grande maioria dos grupos musicais dos diamantinos e setentinos anos tinha uma equipe de 6 a 12 músicos de excelência musical, o que os tornava imprescindíveis para que um baile se tornasse realmente sucesso. As seleções das músicas variavam desde sambas, guarânias, tangos, cha-chá-chás, rumbas e românticas baladas até o rock´n roll estigmatizado pelo "rei" Élvis Aaron Presley, The Beatles, The Mamas and The Papas, Rolings Stones, The Animals com "The House of The Rising Sun", entre outros tantos.


No repertório, sempre muito bem elaborado para cada tipo de evento, não faltavam sucessos dos bigs stars da época, como os norte-americanos Neil Sedaka, e seus grande hit "Diana",  Paul Anka e "Oh, Carol", Litle Richard, Pat Boone com "Tutti Frutti" e "Bernardine", Trini Lopes e os sucessos "América", "If I Had a Hame" e "La Bamba", Nat King Cole e seus variadíssimos boleros de grande sucesso e Brenda Lee, então com 12 anos, com seus grandes sucessos como "Jambalaya", "I´m Sorry", "Baby Face" e "Emotions". 


Os cantantes italianos, esses em grande voga, como Sérgio Endrigo com "Io Che Amo Solo Te", "Questo È Amore" e "A Casa D´Irene", Peppino Di Capri que abafou os românticos pares com "Champagne" e "Roberta" (a ambos tive o prazer profissional de entrevistar com exclusividade), Bobby Solo e seus hits "Una Lagrima Sul Viso", "Se Piangi, Se Ridi", "Cristina" e "Zingara" e mais Luigi Tenco e seus sucessos "Ho Capito Che Ti Amo" e "Ciao Amore, Ciao" e Edoardo Vianello com "Oh, Mio Signore", entre dezenas de outros mais. 


Acompanhavam atentamente os sucessos das grandes Orquestras, como Ray Connif, Frank Pourcel, Orquestra Tabajara e Herb Alpert´s & The Tijuana Brass, além de os The Platters, que estouraram com muitos sucessos, como "Only You", "The Great Pretender", Youll Never Know", "Smoke Gets In Your Eyes", "My Dream" e "My Prayer".


Isso sem contar os grandes sucessos dos cantores nacionais, tanto da Velha Guarda, como da Pré-Jovem Guarda, a Jovem Guarda e a Pós-Jovem Guarda. E aí despontavam Moacir Franco, Joelma, Jair Rodrigues, Elis ReginaOs Incríveis e seu "O Milionário" e "Era Um Rapaz Que Como Eu Amava Os Beatles e os Rolings Stones", Celly Campello (a "Matriz do Rock no Brasil"), Carlos Gonzaga, Sérgio Murillo, Paulo Sérgio, Ronnie Cord, Demétrius, George Fredmann, Os Golden Boys, Erasmo Carlos, Wanderléa, Roberto Carlos, Os Vips, The Jordans, Ronnie Von, Vanderley Cardoso, Vanusa, Wilson Miranda, Waldirene e mais e mais jovens-guardistas.


Foi um tempo em que em Canoas não só havia um senso musical criativo singular, como uma gama de conjuntos musicais e orquestras de expressividade, como o Apache (pontificado pelo saudoso guitarrista João Melo e o baterista Renato "Foguinho" Tups), o The Sayffers sob a direção de Harvey Azambuja. E de fora vinham as consagradas orquestras: Cassino de Santa Cruz e a Orquestra de Sevilla.
E foi com a música "El Presidente", a sua característica musical, gravada inicialmente por Herb Alpert´s & The Tijuana Brass, que o Show Musical Caravelle marcou época, assim como a Orquestra Cassino de Santa Cruz tinha como característica musical para o encerramento dos bailes a tradicional música "Adeus amor".


Foi, com certeza, o período social mais ativo, movimentado e borbulhante que Canoas e os canoenses viveram e vivenciaram. Uma fase histórica sem igual no contexto social festivo e musical. E falo como testemunha ocular da história, já que iniciei minha trajetória de cronista social e jornalista numa sexta-feira 13 de agosto de 1966 e durou, ininterruptamente, 38 anos.


*** Para ampliar as fotos basta clicar sobre as mesmas.    

2 comentários:

  1. Por favor, preciso fazer contato com certa urgência com o sr. João Abilio Boll. Peço ajuda a vocês porque encontrei uma referência sobre ele no seu blog. Meu nome é José Diogo, moro em Arroio do Sal e meu telefone é 51 9876 2545, pode me ligar em qualquer horário.Trata-se de assunto de interesse do sr. João, conto com voçês, desde já, muito obrigado.

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  2. José Diogo!

    Meu telefone é (51) 34726666. Assim que puderes, e de preferência à noite, me liga para contato sobre onde localizar o amigo João Abílio Boll ou me pasa teu e-mail, assim poderesmos manter contato mais tranqüilo. O meu é la-stampa@ig.com.br.
    Fico no aguardo,
    Xico Júnior

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